O legado do Papa Francisco: transformações e impacto global
Autor: *Luiz Alexandre Solano Rossi
O pontificado do Papa Francisco durou um pouco mais de uma década. À primeira vista, pode parecer um tempo demasiado curto para a realização de mudanças significativas, especialmente considerando uma Igreja com mais de dois milênios de história. No entanto, suas palavras, gestos e encíclicas revelaram um papa com olhares tanto para dentro quanto para fora da Igreja, assumindo-se como pastor da Igreja e também como pastor do mundo, ao tratar de temas de fronteira, como a crise ambiental, a paz em meio a guerras escandalosas, a proteção e o acolhimento de migrantes, entre outros. Para ele, o resgate da humanidade era uma das ações mais preciosas que poderiam ser realizadas.
Com o falecimento do Papa, inicia-se o processo que levará ao Conclave. Cardeais de todas as partes do mundo se reunirão para escolher o novo pontífice. Entre eles, sete são brasileiros: Odilo Pedro Scherer, João Braz de Aviz, Orani João Tempesta, Sergio da Rocha, Paulo Cezar Costa, Leonardo Steiner e Jaime Spengler. No entanto, neste momento, é remota a possibilidade de um dos brasileiros ser escolhido. Após um papa sul-americano, há uma tendência de que a escolha recaia sobre um cardeal de outro quadrante, possivelmente europeu.
Entre os prováveis candidatos, destaca-se Pietro Parolin, nascido em 1955, em Schiavon, na Itália. Atual secretário de Estado do Vaticano, ele ocupa o segundo posto mais importante na hierarquia da Santa Sé desde 2013 e foi o primeiro cardeal nomeado pelo Papa Francisco. Diplomata experiente, serviu em países como Nigéria, Venezuela e México, além de atuar em negociações sensíveis envolvendo China, Vietnã e Oriente Médio.
Outro nome relevante é Matteo Maria Zuppi, nascido em 1955, em Roma. Arcebispo de Bolonha desde 2015 e nomeado cardeal em 2019, Zuppi é conhecido por sua postura progressista e pela proximidade com o Pontífice. Atualmente é presidente da Conferência Episcopal Italiana e membro da Comunidade de Sant’Egidio, um movimento católico dedicado à paz e ao diálogo inter-religioso.
Pierbattista Pizzaballa, nascido em 1965, em Cologno al Serio, na Itália, é outro possível candidato. Patriarca Latino de Jerusalém e nomeado cardeal em 2023, ele é frequentemente elogiado pelo trabalho em prol do diálogo inter-religioso entre cristãos, judeus e muçulmanos no Oriente Médio.
Jean-Marc Aveline, nascido em 1958, em Sidi Bel Abbès, na Argélia, é o atual arcebispo de Marselha, na França. É citado por alguns especialistas, sobretudo ses, como o “favorito” de Francisco para sucedê-lo, sendo considerado o mais “bergogliano” dos bispos ses.
Por fim, destaca-se também Peter Erdő, cardeal húngaro de 72 anos, arcebispo de Esztergom-Budapeste. Conhecido por sua postura conservadora e formação acadêmica sólida, foi durante muito tempo o cardeal mais jovem da Europa, após receber o título em 2003, pouco depois de completar 50 anos. Desde 2006, preside a Conferência Episcopal Europeia.
*Luiz Alexandre Solano Rossi é teólogo, doutor em Ciências da Religião, pós-doutor em História Antiga e professor da Uninter.
Autor: *Luiz Alexandre Solano RossiCréditos do Fotógrafo: Pixabay