Mad Skills: o diferencial que a sala de aula não ensina, mas o mercado valoriza 

Autor: *Elizeu Barroso Alves

Se você é estudante da área de gestão, já deve estar acostumado a ouvir sobre a importância das hard skills — como dominar Excel, interpretar relatórios financeiros ou entender de marketing digital, certo? Acredito que também já tenha entendido o valor das soft skills — como saber trabalhar em equipe, comunicar-se bem ou manter a calma sob pressão. Mas, há uma nova categoria de habilidades que pode fazer toda a diferença na sua trajetória: as mad skills. Mas o que são, afinal? 

As mad skills são aquelas habilidades incomuns, surpreendentes, que vão além do currículo tradicional, e que não se aprendem em uma disciplina formal da faculdade, mas dizem muito sobre quem você é, como você pensa e como age diante de desafios.  

Tocar um instrumento, praticar skate, atuar em teatro, criar conteúdo para redes sociais, montar computadores, liderar projetos voluntários (lembra das atividades extensionistas?) ou até mesmo participar de jogos estratégicos online podem ser exemplos de mad skills — desde que você saiba conectar essas experiências à sua capacidade de gerar valor no mundo real. 

Um dos casos mais clássicos? Duas palavras: Steve Jobs! Ainda jovem, ele fez um curso de caligrafia, à primeira vista, parecia irrelevante para alguém interessado em tecnologia (nem ele estava interessado em tecnologia ainda). No entanto, anos depois, quando desenvolveu o Macintosh, foi justamente esse conhecimento que o levou a incluir diferentes fontes tipográficas e um cuidado estético incomum para a época nas interfaces dos computadores da Apple.  

Essa sensibilidade ao design — oriunda de uma habilidade “fora da rota” — se tornou uma das marcas registradas da empresa e ajudou a revolucionar a forma como interagimos com a tecnologia, e que segundo ele, como a Microsoft o copiou, todo mundo tem essa versatilidade hoje. 

Quer mais um exemplo? Imagine um aluno que liderou uma comunidade online de games com milhares de participantes. Ele, provavelmente, aprendeu na prática o que é engajamento, estratégia, gestão de pessoas, comunicação em tempo real — tudo isso sem abrir um livro de istração. Se ele souber traduzir essa experiência em linguagem profissional, o que vai conseguir com a faculdade, pode se destacar muito em uma entrevista. 

Como estudante de gestão, você precisa ir além dos conceitos, note que o diferencial está em quem consegue aplicar o conhecimento técnico de forma criativa e ousada, e as mad skills ajudam exatamente nisso: trazem autenticidade para a sua trajetória. 

Portanto, meu conselho é simples: olhe com atenção para o que você faz fora da faculdade, e traga para a faculdade! Valorize o que te torna único. Aprenda a contar sua história, ligando suas mad skills aos desafios do mundo da gestão. Afinal, as empresas não contratam apenas diplomas — contratam pessoas com iniciativa, visão e capacidade de surpreender. 

E isso, nenhuma planilha ensina. 

 *Elizeu Barroso Alves é Doutor em istração, professor, escritor e pesquisador nas áreas de gestão, comunicação e inovação. Atua na formação de empreendedores e gestores em instituições de ensino superior e integra grupos de pesquisa e ecossistemas de inovação. Além disso, é coordenador do curso superior de Tecnologia na Uninter. 

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Autor: *Elizeu Barroso Alves
Créditos do Fotógrafo: Pixabay


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