Transformada pela educação, Marlene agora eleva a governança da Uninter
Autor: Nayara Rosolen - Analista de Comunicação
Marlene Telles encerrou em março uma carreira bem-sucedida de mais de 40 anos na área da contabilidade, 17 deles no Grupo Uninter. A educação e a busca constante por conhecimento transformaram a menina que saiu do sítio, cheia de sonhos e com poucos recursos financeiros, em uma profissional competente e talentosa que concluiu sua trajetória profissional como diretora financeira de um dos maiores grupos educacionais do Brasil.
Estimulada a continuar contribuindo com todo o conhecimento adquirido ao longo da vida, Marlene finaliza um ciclo, mas dá início a uma nova jornada com o Grupo Uninter, agora como conselheira istrativa independente, elevando mais uma vez o padrão de governança da empresa. Agora como conselheira externa e autônoma, o seu papel é ajudar a empresa a tomar decisões estratégicas e eficientes.
Nessa transição, Marlene foi homenageada no dia 11 de março por toda sua atuação nesses 17 anos e recepcionada para a nova missão. O fundador e chanceler do Grupo Uninter, Wilson Picler, o superintendente geral, Edimilson Picler, e o diretor istrativo, Gabriel Picler, agradeceram a competência profissional e a excelência na gestão que desempenhou no grupo, primeiro como controller (2008-2010), depois como gerente de controladoria (2010-2019) e, enfim, como diretora financeira, cargo que ocupou de 2019 a 2025.
Wilson Picler destacou o padrão de gestão financeira e contábil internacional que Marlene trouxe para o grupo educacional. São 15 anos de auditoria sem nenhuma ressalva, com melhoria de processos e implementação de sistemas. “Isso faz uma diferença muito grande. Mostra uma linha de conduta muito consistente, séria, precisa e absolutamente confiável”, salientou o chanceler.
Com a presença do CEO do Grupo Uninter, Marco Eleuterio, do reitor Benhur Gaio, do vice-reitor Jorge Bernardi, do gerente de Gestão de Pessoas Joel Ziemann Ferruci, além de diretores e gestores de diversas áreas da instituição, Marlene relembrou a trajetória e a luta para conquistar o espaço em que chegou.
“A amizade que cultivamos não tem data para acabar e nunca se aposenta. Continuaremos unidos, mesmo que não mais todos os dias. Deus me preparou para estar na Uninter, porque trabalhei por muitos anos em uma empresa cuja missão é a educação. E a educação mudou a minha vida e do meu marido, fez com que chegássemos até aqui. Estou muito honrada por me concederem a chance de continuar no conselho istrativo”, salienta Marlene.
Na oportunidade, além de homenagens e presentes, a profissional recebeu também uma placa que reconhece que “sua dedicação foi um verdadeiro farol” e que os resultados como diretora financeira são um legado de afeto e respeito para todos. Marlene deixa os últimos 17 anos marcados pela “dedicação, comprometimento e contribuições inestimáveis, que nos mostraram que eficiência e coração podem e devem caminhar juntos”.
Além do trabalho na Uninter Educacional, até 2024 Marlene também foi voluntária e desempenhou a função de diretora istrativa e financeira da Fundação Wilson Picler.
“A educação mudou a minha vida”
Paranaense do pé vermelho, Marlene nasceu em Apucarana (PR) e foi registrada em Astorga (PR), mas aos cinco anos de idade a família se mudou para Cianorte (PR) para que as irmãs pudessem estudar. Crescida em uma família de italianos, é a terceira de cinco filhas e desde muito pequena já trabalhava na roça com o pai, que era lavrador.
A mãe, no entanto, era costureira e nunca quis que as filhas seguissem o caminho de “puxar enxada”. Por isso, o desejo era de que as filhas estudassem o ensino superior e, com o diploma, construíssem um futuro melhor. “Minhas filhas vão estudar!”, afirmava dona Dilla. Aos 14 anos, Marlene deixou a lavoura e ajudava a mãe na costura enquanto as irmãs trabalhavam fora para ajudar no sustento da casa.
Em 1977, se mudou para Curitiba (PR), onde as irmãs já estavam. E foi dos 17 para os 18 anos que conseguiu o primeiro registro na carteira de trabalho, em 3 de janeiro de 1978. Com a oportunidade, prestou serviços para o Bradesco por alguns anos, mas o contrato foi rescindido e os colaboradores foram transferidos para atuar diretamente no banco, na área de vendas de seguro. Ali percebeu que não era com o que gostaria de trabalhar.
Nessa época, Marlene já estudava Ciências Contábeis. Foi no final de 1981 que ou no vestibular e garantiu uma vaga da Universidade Federal do Paraná (UFPR). “Na época não tinha toda essa liberdade para tentar um Prouni [Programa Universidade para Todos] ou um FIES [Financiamento Estudantil]. Eu não tinha condição e a única faculdade possível era a Federal”, lembra. Dessa forma, conseguia conciliar o trabalho durante todo o dia com o estudo no turno da noite. “A educação mudou minha vida!”, ressata Marlene.
A carreira contábil começou em uma empresa em que atuou por nove meses. Na graduação, conheceu um colega que atuava em uma multinacional norte-americana e lá também ela conquistou uma vaga de analista de contabilidade. Permaneceu por 23 anos neste emprego, que a apresentou ao amigo Edimilson Picler. Quando se preparava para dar entrada na aposentaria, depois de 30 anos de contribuição, encontrou Edimilson, que a convidou para trabalhar no Grupo Uninter, em 2008.
Em uma época de fichas e planilhas manuais, sem computador, em que tudo era feito na mão, Marlene acredita que os 23 anos na multinacional foram uma preparação para tudo o que aplicou e implementou na Uninter.
“O primeiro fax da Cidade Industrial [de Curitiba] foi onde eu trabalhava, veio um computador importado para nós dos Estados Unidos. Fui subindo até chegar ao cargo de contadora. A vantagem é que você aprende muito, porque você faz muito. A hora em que cheguei na Uninter, quando ia propor um novo sistema ou como um processo deveria ser, já tinha uma bagagem que eu sabia que tinha dado certo. Tenho gratidão a essa empresa, porque eu pude aplicar e ver o sucesso na Uninter”, contou durante a participação no programa Memória Viva, transmitido na antiga Rádio Uninter, em 2021.
Com o rápido crescimento do grupo educacional, os desafios aumentaram. Mudanças precisavam ser feitas e processos, readequados. A postura forte herdada da mãe e a formação contínua em busca do aprimoramento foram os instrumentos utilizados para superar as resistências encontradas pelo caminho.
Ao longo de toda a trajetória, Marlene não só subiu de cargo, mas também viu o percentual de mulheres em cargos de liderança da Uninter aumentar. Quando chegou, o número de mulheres era bem inferior ao de homens em nível de gestão. Embora saiba, reconheça e trabalhe para a igualdade de gênero no ambiente de trabalho, Marlene nunca quis se destacar por ser uma líder mulher, mas pela competência para o cargo.
“Acredito que fomos conquistando. Aos pouquinhos, fomos evoluindo e vejo que o que está prevalecendo hoje é a competência, o seu conhecimento para que você suba e tenha um cargo de liderança. Nós crescemos e esses números realmente demonstram que a Uninter valoriza a competência e não o gênero de cada um. A desigualdade salarial é uma coisa que eu posso afirmar que não existe na Uninter. Todos eles, independente do gênero, são tratados igual e têm o mesmo valor”, afirmou durante o programa Conversa com o reitor, da TV Uninter, sobre A ascensão das mulheres a cargos de liderança, transmitido em julho de 2024.
“Uma querida profissional, com grande talento”
Ainda em 2021, durante o Memória Viva, Marlene expressou o desejo de retribuir à comunidade o conhecimento adquirido na universidade pública assim que se aposentasse por definitivo, já que os estudos foram custeados também pela sociedade na instituição pública. O planejamento para esse momento se deu junto com o marido, com quem construiu uma família com dois filhos, Guilherme e Carolina, e uma neta, Aurora.
A então diretora financeira contou com a sua fé em Deus para que tivesse a sabedoria de decidir o momento de descansar. E, aos 65 anos de idade, entende que é a hora de ceder o lugar para aqueles que estão chegando e sair enquanto está ativa. Na Uninter, abre espaço na direção financeira para Felipe Mazzoni Pierzynski, seu sucessor daqui para frente.
“Eu fui muito feliz aqui, me realizei muito, acho que nem nos meus maiores sonhos eu imaginava chegar um dia em uma diretoria. Tive essa grata satisfação de ser convidada, então foi para coroar a minha trajetória profissional, chegar a ter esse cargo e agora continuar no conselho. É sinal de que valeu a pena tudo o que eu fiz”, afirma Marlene.
Patriarca da família, Gabriel Picler define Marlene como uma “querida profissional, com grande talento”. Gratidão também expressada por Edimilson, que proporcionou o início dessa trajetória dentro da Uninter. “Muita gratidão pela competência, pela amizade e lealdade. Está deixando um legado de uma excelente profissional e gestora. Isso é graças ao seu trabalho e da equipe, porque é competência também do profissional saber montar uma boa equipe. Desejo, de coração, que tenha uma nova fase e seja feliz”, pontuou Edimilson durante as homenagens.
“Estou grata por tudo isso, por essas palavras lindas. Você sempre acha que está fazendo a diferença, mas não tem preço ouvir isso dos superiores, dos acionistas, dos colegas de trabalho e da própria equipe. Sinceramente, é isso que eu quero. E queria que as pessoas me reconhecessem por ser uma mulher, mas também porque eu tenho conhecimento, e acho que isso eu consegui mostrar. Saio com o coração bem tranquilo, sabendo que consegui entregar aquilo para o que me chamaram”, conclui.
Grande entusiasta e incentivadora da Central de Notícias Uninter (CNU), ainda enquanto diretora financeira, Marlene fez agens pelos programas, além de contribuir como uma referência de liderança feminina na reportagem em texto Mulheres são maioria em cargos de liderança na Uninter, acima da média nacional, em 2022, e da reportagem em vídeo Mulheres da Uninter que inspiram, em 2024.
Cada uma das vezes em que apareceu, reafirma uma mensagem: que cada mulhere busque o respeito e reconhecimento profissional através do conhecimento, da qualificação contínua e da competência, sempre preparada para assumir as oportunidades que a vida apresenta. Marlene não só o fez, mas se tornou exemplo através de cada ação e permanece como referência não só para as mulheres, mas todas as pessoas que a conhecem.
Autor: Nayara Rosolen - Analista de ComunicaçãoEdição: Mauri König
Créditos do Fotógrafo: Nayara Rosolen
Parabéns, pela trajetória inspiradora! Seu reconhecimento profissional é valoroso.