Inteligência humana e tecnologia: aliadas ou rivais?

Autor: *Armando Kolbe Junior

Vivemos em uma era em que a tecnologia não apenas facilita nossas vidas, mas também interfere diretamente na forma como pensamos, aprendemos e nos relacionamos com o mundo. O conceito de inteligência normalmente é associado ao Q.I., aos testes lógicos e à capacidade de resolver problemas matemáticos. Entretanto, pesquisas recentes indicam que a inteligência vai muito além disso. A ideia de Extrema Inteligência, do pesquisador Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues e o conceito de DWRI (Development of Wide Regions of Intellectual Interference), propõem que a verdadeira inteligência não se restringe a apenas uma parte do cérebro, mas ao equilíbrio entre várias regiões responsáveis por memória, emoções, criatividade e tomada de decisões. 

Devemos questionar se a inteligência humana é tão complexa, como ela se relaciona com os avanços tecnológicos? Com a Inteligência Artificial (IA) e a Internet das Coisas (IoT) cada vez mais presentes, surge uma dúvida inevitável: a tecnologia está nos tornando mais inteligentes ou estamos apenas terceirizando nossas habilidades cognitivas? 

De um lado, temos a tecnologia como uma grande aliada do pensamento humano. A IA permite o o a informações de forma rápida e eficiente, agilizando processos e ajudando na organização do conhecimento. Nunca foi tão fácil aprender algo novo, armazenar informações e até desenvolver habilidades que antes levariam anos para serem aprimoradas. Os dispositivos inteligentes, integrados à IoT, tornam nossa rotina mais funcional, otimizando tempo e permitindo que nos concentremos em tarefas mais estratégicas e criativas. 

A tecnologia também pode ter um papel fundamental no desenvolvimento da inteligência emocional. Atualmente, existem sistemas que ajudam na regulação do humor, no controle do estresse e até no estímulo à empatia, analisando padrões de comportamento e sugerindo formas mais equilibradas de lidar com as emoções. Se utilizarmos bem a I.A., esta pode reforçar aspectos da cognição humana, ajudando na memória, na criatividade e na capacidade de resolver problemas. 

No outro lado, temos o uso exagerado da tecnologia que pode se tornar um problema. Quanto mais dependemos da I.A. para processar informações e tomar decisões por nós, menos exercitamos nossa própria capacidade de reflexão e análise crítica. A facilidade de obter respostas prontas pode nos tornar ivos diante do conhecimento, acostumando-nos a consumir dados sem realmente interpretá-los. A inteligência humana não se desenvolve apenas com o à informação, mas sim com a capacidade de relacionar conceitos, questionar ideias e aplicar aprendizados em diferentes contextos. 

Outro risco é a perda da interação social genuína. Se nos acostumarmos a mediar todas as nossas relações por meio de telas e algoritmos, podemos comprometer habilidades essenciais como empatia, leitura de emoções e resolução de conflitos. A inteligência não se mede apenas pelo conhecimento acumulado, mas também pela capacidade de se adaptar a diferentes situações e interagir com o mundo de forma sensível e estratégica. 

Diante disso, o grande desafio da era digital não é evitar a tecnologia, mas aprender a usá-la sem que ela substitua o que nos torna humanos. O equilíbrio entre inteligência artificial e inteligência natural depende da forma como escolhemos utilizar as ferramentas disponíveis. 

Podemos explorar os avanços tecnológicos para potencializar nossas habilidades, sem renunciar ao pensamento crítico, à criatividade e à conexão com o outro. Afinal, a inteligência não é só saber muito, mas saber como e quando usar o que sabemos para transformar o mundo ao nosso redor. 

*Armando Kolbe Junior é mestre em Tecnologias e Sociedade e professor nos cursos de istração, Contábeis e Análise e Desenvolvimento de Sistemas no Centro Universitário Internacional Uninter.  

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Autor: *Armando Kolbe Junior
Créditos do Fotógrafo: Pexels


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